Candidíase

Quem nunca teve candidíase vaginal que atire a primeira pedra!

Prurido, ardência e corrimento genital são as queixas mais frequentes  no consultório de ginecologia. E, geralmente, são consultas de emergência, porque os sintomas muitas vezes são intensos.

Apesar da cândida ser frequentemente o agente causador, é de extrema importância realizar um exame minucioso para descartar as alergias, os desequilíbrios hormonais, infecções bacterianas, virais e uma série de outras situações que podem agredir o delicado epitélio vulvovaginal.

Feito o diagnóstico,  o tratamento deve ser, preferencialmente, com antimicóticos de ação local. Dessa forma, evita-se toxicidade e criação de resistência medicamentosa – situação muito comum devido à automedicação.

Sendo um evento ocasional, geralmente, apesar do incômodo, quando prontamente tratada, é uma doença de curta duração que não traz  maiores consequências. Entretanto, quando os episódios se tornam repetitivos, precisamos lançar um olhar mais global sobre o corpo, tratando focos de fungos nas unhas, dobras de pele e intestino.

A rica flora intestinal é composta de uma imensa quantidade de bactérias e fungos que são imprescindíveis para a nossa existência. Mas, às vezes, fungos nocivos se desenvolvem no intestino devido ao uso de antibióticos, anticoncepcionais orais, antiácidos e a ingestão de excesso açúcar e carboidratos, além de estresse e outros fatores emocionais. Mesmo a cândida, que faz parte da flora normal, torna-se um problema quando sua população aumenta.

Como fazer o reequilíbrio da flora intestinal?

  1. Alimentar-se com produtos saudáveis.
  2. Evitar alimentos processados.
  3. Usar probióticos – ingestão de bactérias que compõe a flora intestinal – kefir é uma dica.
  4. Usar prebióticos – são alimentos para as boas bactérias – Psyllium é excelente!
  5. Consumir verduras em geral e óleo de coco.
  6. Orégano é um ótimo fungicida.
  7. Suplementar com vitamina D.

Dedicar atenção especial ao que ingerimos é um cuidado que devemos ter para a manutenção da saúde como um todo. Essa medida contribui ainda para a não contaminação do trato geniturinário com bactérias e fungos que pertencem ao aparelho digestivo.

Contamos ainda com uma grande barreira à instalação de patógenos. A flora normal da vagina é constituída por diferentes espécies de lactobacilos que formam um biofilme natural com a função de revestir e proteger a mucosa. Esses bacilos inibem a adesão, crescimento e proliferação de outros microorganismos estranhos ao meio vaginal, mediante diferentes mecanismos:                             

  1. Secreção de ácidos orgânicos.
  2. Produção de substâncias antimicrobianas.
  3. Competição por nutrientes.
  4. Competição por receptores – por ocasião da adesão no epitélio.

Mas, para que essa barreira não seja vencida, ou para que haja pronta recuperação dela, é fundamental a criação de alguns hábitos que ajudam na manutenção da homeostase:

  1. Uso de roupas ventiladas – fungos adoram ambientes quentes e úmidos.
  2. Evitar o uso de protetor diário de calcinhas fora do período menstrual.
  3. Lavar as calcinhas separadas das demais roupas – não deixar secar no banheiro.
  4. Fazer ducha, apenas com água, após as micções – sempre de frente para trás.
  5. Usar sabonete íntimo apenas durante os banhos, após os coitos e defecações.
  6.  As duchas devem ser apenas vulvares – a vagina nunca deve ser lavada.
  7. Secar-se bem.

Precisamos admitir que não é nada fácil conquistar uma boa saúde.

O único caminho para uma vida saudável é aquele construído diariamente, sempre lembrando da nossa inteira responsabilidade em seguir um estilo de vida que favoreça o equilíbrio da imensa natureza da qual somos parte.

 

 

 

Dr. Djalma Bambirra
Acredito que a verdadeira arte da medicina não é combater doenças, mas promover saúde.

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